"o céu era cinzento,
as colinas estranhamente
jaziam sem alento.
Os homens faziam algo,
pondo a terra de avessa,
como quem cava um tesouro,
mas calmos e sem pressa.
Tudo era decerto assim
no resto do planeta,
o mundo e a humana flora
têm uma liga secreta.
Isso andava eu a observar
com receio, mas contente,
e os meus pés sempre a andar
por baixo, como boa gente."
Herman Gorter, "As Árvores Estavam Quietas", in Uma Migalha na Saia do Universo - antologia da Poesia Neerlandesa do Século XX, selecç. Gerrit Komrij, trad. Fernando Venâncio, Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, p. 31.
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