Theodor W. Adorno, Teoria Estética, trad. Artur Morão, Lisboa; Edições 70, 2006, p. 67."A própria beleza exprime o horrível como o constrangimento que irradia da forma; o conceito de esplendoroso exprime esta experiência. A irresistibilidade do belo, sublimado pelo sexo, atinge as mais elevadas obras de arte, é exercida pela sua pureza, pela sua distância da materialidade e do efeito. Semelhante constrangimento torna-se conteúdo. O que sujeitava a expressão, o carácter formal da beleza, com toda a ambivalência do triunfo, transforma-se em expressão, na qual o aspecto ameaçador da dominação da natureza se une com a nostalgia do que é dominado e se ilumina com tal dominação. Mas, é a expressão do sofrimento na subjugação e no seu ponto de fuga: a morte. A afinidade de toda a beleza com a morte tem o seu lugar na ideia da forma pura, que a arte impõe à diversidade do ser vivo, que nela se extingue. Na beleza imperturbada, o que lhe resiste seria totalmente pacificado e semelhante reconciliação estética é mortal para o extra-estético. É a tristeza da arte."
Thursday, June 23, 2011
CERVOS DO MONTE VOLVIAM A ÁGUA
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