"Quando o homem quis denominar os objectos, as coisas, tratou de lhes aplicar vocábulos que para elas não tinham sido feitas. As forças da natureza tiveram palavras para as designar que eram essencialmente ligadas a acções humanas, devido às analogias que entre as duas se estabeleceram.Fácil é de prever o que resultou dessa aproximação: a linguagem aplicada a motivos humanos amplia-se ao fenomenalismo da natureza, transfigurando-o, antropomorfizando-o e deformando-o. E como um mesmo objecto podia revestir uma grande quantidade de aspectos, sucedeu que a cada um destes aspectos foi aplicada uma denominação correspondente, dizendo Max Müller, como exemplo, que os Vedas, para dizer céu há mais de vinte palavras."
Aarão de Lacerda, O Fenómeno Religioso e a Simbólica, Lisboa: Guimarães Editores, 1998, p. 26.
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