"incendiar, sim, é um processo
mais simples. Cubro a cabeça de cinza
(não de estrelas!), como se fora um aviso.
Eis-nos chegados ao fim
do mundo! É uma parede considerável, um monumento
ao saber mais antigo,
percorre-nos interiormente! E entretanto
entornamo-nos em todos os sentidos, e sei que no meio esqueço
o essencial, esse frasco de perfume
ao descer do dia? ou seria a noite? quando
as mãos ainda nos aproximavam,
o fogo era uma palavra entre todas a mais fácil,
e só, em nós, a luz vivia."
António Franco Alexandre, Poemas, Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, p. 362.
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