Sunday, July 29, 2012

TÊMPERA


"Durante três anos o céu fez chover, a plenas mãos, lírios e rosas sobre aquela ditosa família. Ao fim deles, uma grande desgraça enlutou aquela felicidade. Fernão Silvestre, dirigindo em pessoa o apeiamento de uma das paredes do solar, que o fogo desaprumara, foi esmagado por uma pedra, que imprevistamente resvalou do alto do muro. O velho cavaleiro morreu como devia morrer um homem daquela têmpera, e morreu como desejava. Acabou dentro do solar dos seus antepassados."
Arnaldo Gama, O Sargento-Mor de Vilar, Lisboa: Empresa Lusitana Editora, s.d., p. 324 [ort. actual.]

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