"Para assegurar a realidade e a duração de uma construção, repete-se o acto divino da construção exemplar: a Criação dos mundos e do homem. Primeiro, a «realidade» do lugar é obtida pela consagração do terreno, isto é, pela sua transformação num «centro»: em seguida, a validade do acto de construção é confirmada pela repetição do sacrifício divino. Claro que a consagração do «centro» se passar num espaço qualitativamente distinto do espaço profano. Através do paradoxo do rito, todo o espaço consagrado coincide com o Centro do Mundo, tal como o tempo de qualquer ritual coincide com o tempo mítico do «princípio»."
Mircea Eliade, O Mito do Eterno Retorno, trad. Manuela Torres, Lisboa: Ed. 70, 1978, p. 35.
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