"- Estou abandonado... Tenho a permanente impressão de estar abandonado. Isto não é a Terra; é um planeta longínquo. Um planeta onde se vive sempre só. Podes imaginar isto?! Isto de querer umas asas para voar. Era voar para a Terra, que eu queria. Mas estou sempre só... num planeta diferente... monstruoso... repleto de monstruosas coisas, demasiado horríveis para serem para mim compreensíveis. E é acabrunhante isto, de ser um estranho... eternamente estranho..."
Agustina Bessa-Luís, Deuses de Barro, 2.ª Ed., Lisboa: Relógio d'Água, 2019, p. 69.
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