"- Minha tolinha... Oh, minha tolinha... - beijou-lhe as palmas das mãos, uma de cada vez, delicadamente; beijou-lhe dois cravos do dedo anular; e até sorriu para eles. Sim salto, transpunha barreiras que o espaço de horas inexplicavelmente cara.
- Não chores... Olha... Não chores... Há tanta gente que chora!! Rios, mares, oceanos de lágrimas. E nada a fazer... nada... Isto, sim, que é triste!!! A dor é uma epidemia eterna;uma terrível e colossal epidemia, duas vezes horrível por ser indebelável, porque sem piedade os vem corroendo, porque sem esperança as gerações irá despedaçando."
Agustina Bessa-Luís, Deuses de Barro, 2.ª Ed., Lisboa: Relógio d'Água, 2019, p. 65.
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