"Há aliás um notável confronto entre a visão e a escuta. De certo modo, a insistência no ver, o trabalho da atenção, fazem que o ver se limpe e depure a ponto de se transbordar em mero som. Não o som das coisas agitadas. Mas um som feito de sinais e pressentimento: estalidos, crepitações. E depois este som de franjas e fímbrias devolve-nos o real envolvido pelo brilho da sua luz mais pura."
Eduardo Prado Coelho, Tudo o que não escrevi - Diário II, Porto: Edições Asa, 1994, p. 57.
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