"- Ouve lá!...Que Deus é o teu, o vosso, o de toda essa gente insensata? Diz... Que Moloch sangrento adorais? Que vingativo Senhor, o das chuvas candentes, das proibições absurdas, dos flagelos infindáveis, que vos domina pelo terror? Criais os vossos deuses à semelhança das vossas ambições. São deuses de barro, do vosso barro de desespero, raiva, despeito, amor, suavidade e rancores. Rendeis homenagem ao Deus Universal e Único, mas dentro de cada um de vós há altar erguido ao Deus particular ao qual vossa alma presta um particular culto."
Agustina Bessa-Luís, Deuses de Barro, 2.ª Ed., Lisboa: Relógio d'Água, 2019, p. 67.
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