"Segreda a ampulheta à pata do leão,
Dizem os sinos aos jardins sempre a tocar,
Quantos erros pode o Tempo tolerar,
Quanto erram eles em terem sempre razão.
Por mais alto, porém, que o Tempo badale,
Por mais que corra sua impetuosa torrente,
Nunca ao leão provocou um só abalo,
Nem tão-pouco assustou a rosa impertinente.
Porque eles, parece, só veneram a vitória;
Enquanto nós escolhemos os nomes pelo som
E os problemas julgamo-los pela complexidade.
W.H. Auden, Outro Tempo, trad. Margarida Vale de Gato, Lisboa: Relógio D'Água, 2003, p. 67.
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