"na mão a faca luminosa
a mulher dirige-se
pla ogiva do portão
à guisa de vitral
o sangue faz-se vinho
no avental às flores as manchas
o vinho faz-se fel
no vívere morto separam-se os intestinos
jaz ainda quente o corpo
nas lajes o sol cai
na mulher exacta, o suor
cujas vértebras coladas contra a camisa."
Ana Paula Inácio, As Vinhas de Meu Pai, Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2000, p. 25.
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