"Amor sublime, eterno, incompreensível,
amor que o torpe amor converte em puro,
amor que ao duvidoso faz seguro,
amor que tudo vê sendo invisível.
Amor que faz suave ao insofrível,
amor que mostra claro o que era escuro,
amor que jaz mais brando o que é mais duro,
amor que facilita ao impossível.
Amor que tudo vence e tudo apura,
o homem com seu Deus pacificando
quis que este Deus ao homem se ajuntasse.
E juntos o criador com a criatura,
que a criatura em Deus ficasse amando
e Deus nas criaturas sempre amasse."
Baltasar Estaço, Sonetos, Canções, Éclogas e Outras Rimas, ed. 1604, in António Salvado (org.) - Anunciação e Natal na Poesia Portuguesa, Lisboa: Editorial Polis, s.d.,pp. 48-49.
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