"Quando generoso gesto se desenha
E sincero adere o coração,
Sem que tempo em seu modo se detenha,
Só a noite escura deste tempo vão
Me claudica, me pára, me interroga.
Nem a rosa com o seu perfume,
No jardim distante onde hoje voga,
Se aconchega ao meu peito, como lume.
Recuo os passos em passeio aflito,
Olhos no chão de vergonha imensa
Pelo não feito, pensado e não descrito.
Pelo que quis, sonhei e não refiz.
Neste estar de embriaguez suspensa,
Sobre a máscara uma expressão feliz."
Risoleta C. Pinto Pedro, Kronos inVersus, Porto: Edições Sem Nome, 2023, p. 13.
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