"Traças a tua rota
numa constelação qualquer,
a face sempre igual
não sendo embora a mesma.
A luz atinge-te
e logo te voltas
num rodopiar insano,
ininterrupto,
numa sucessão de luz e sombra.
Teus dias, tuas noites,
teus sorrisos,
a obsessão de não receber
de não dar.
Permaneces estanque.
E tu que podias ser
cometa,
estrela,
serás talvez um planeta
girando em infinitos despovoados!"
Maria Filomena [Cabral], Poemas do amor e da morte, Porto: Tipografia do Carvalhido, 1978, p. 63.
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