"No dia seguinte tornou a ouvir por várias vezes aquele som cristalino, enquanto jazia de novo coberto pelos panos. Um som vindo das trevas. Ao crepúsculo sentiu que o destapavam e viu a cabeça de um homem, sobre uma mesa, a avançar para ele; depois percebeu que o homem trazia uma enorme canga de onde pendiam centenas de pequenos frascos, suspensos por fios e arames de vários comprimentos. Caminhava como se fizesse parte de uma cortina de vidro, o corpo envolto naquela esfera."
Michael Ondaatje, O Doente Inglês, trad. Ana Luísa Faria, 6ª ed., Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1998, p. 21.
No comments:
Post a Comment