"Calaram-se, por momentos. Adensavam-se as sombras. Ao lusco-fusco, a espessura do arvoredo ganhava a interrogação do mistério e, da brandura quente dos ninhos, vinha o alvoroçado cacarejar dos melros. Uma carriça, pequenina como o botão de rosa, esfurancou na folhagem, repipilando agastada. Para além, à volta da torre de menagem do Castelo, erguiam-se rolos de fumo, como se os fogaréus das catorze legiões de Trajano se não extinguissem ainda."
Rodrigues da Cunha, A Fidalga do Balsemão, Lisboa: União Gráfica, 1966, p. 198.

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