"Árvore minha amiga, abençoada
Alminha vegetal, com que ternura,
Abres o brando seio à luz sagrada,
Que, como um vento místico, murmura.
Logo te viste mãe; e, para a Altura,
Ergueste as mãos, alegre e alvoroçada;
E lembravas assim a Virgem Pura,
Ao sentir-se do Espírito pejada.
E o teu corpo, todo ele, era uma flor.
E perfumes de idílio e casto amor,
O céu azul doirado embriagavam...
Mas, na sua quimérica alegria,
Essa árvore feliz nem sequer via
A sombra, que seus ramos projectavam..."
Teixeira de Pascoaes, As Sombras, Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, p. 78.
Alminha vegetal, com que ternura,
Abres o brando seio à luz sagrada,
Que, como um vento místico, murmura.
Logo te viste mãe; e, para a Altura,
Ergueste as mãos, alegre e alvoroçada;
E lembravas assim a Virgem Pura,
Ao sentir-se do Espírito pejada.
E o teu corpo, todo ele, era uma flor.
E perfumes de idílio e casto amor,
O céu azul doirado embriagavam...
Mas, na sua quimérica alegria,
Essa árvore feliz nem sequer via
A sombra, que seus ramos projectavam..."
Teixeira de Pascoaes, As Sombras, Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, p. 78.

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