FRÁGIL
"Como é frágil a Terra na charola do céu!
Como é trôpega e leviana e azul a bola de sabão
e como é imensa a formiga e infinita a seara,
como é inesperada a aragem e feminina,
como é preciosa a pedra pequenina que seguro na mão,
vou metê-la no bolso para adormecer com ela, logo!
O Vento Norte atravessa a colina como um guerreiro
que segura nas mãos frias a espada,
mas o melhor é o Zéfiro, o guardador
das nuvens, o tocador dos nimbos que despejam
a água das grandes chuvadas, os temporais de inverno!"
Jorge Guimarães, Odes Nocturnas, Lisboa: Guimarães Editores, 1990, p. 23.
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