"Se ao menos este silêncio fosse de sombras. Um
agregado de partículas a abrandar o céu, a decompor
o azul em sílabas maiores. E no espoar dos seus
cúmulos em sínteses de contornos me devolvesse a
forma insinuada dos abraços, a textura do toque, a
densidade térrea de um corpo vivo.
Se ao menos este silêncio fosse de sombras
povoadas, e não esta nudez transparente e clara,
vazia e intocável."
Virgínia do Carmo, Relevos, Macedo de Cavaleiros: Poética Edições, 2014, p. 19.
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