"Que natal é este que acontece lá fora?
Há um vermelho cor de fome nos olhos
dos meus reflexos. Um travo a sentido
único na pele fina dos meus dedos. Os
retratos pousados na minha memória
sangram vidas que os segundos rompem, implacáveis.
Rompem e trespassam
Espelhos e gestos. Indiferentes a todas
as assimetrias do quarto redondo onde
descanso do mundo.
Que natal é este que acontece lá fora?
Dentro de mim não há-de caber um natal
que não sabe caber dentro de todos."
Virgínia do Carmo, Relevos, Macedo de Cavaleiros: Poética Edições, 2014, p. 72.
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