"O que fará Deus com esse fluxo de anátemas
Que não pára de chegar aos seus Serafins?
Como um tirano farto de carne e de vinhos,
Adormece ao doce som das nossas blasfémias.
Os soluços de mártires e flagelados
Só podem ser inebriante sinfonia,
Pois, malgrado o sangue que lhes custa a volúpia,
Deles ainda não se cansaram os céus!"
Charles Baudelaire, As Flores do Mal, trad. João Moita, Lisboa: Relógio D'Água, 2020, p. 265.
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