Friday, January 25, 2008

COÉFORA


"Para a solidão nascemos. Outras vezes
nos chamam e nos invocam, outros corpos
se perfilam radiosos contra a noite.
Nós não somos daqui. Num intervalo
de campanhas esquecidas nos dizemos,
abrindo o coração aos de passagem.
Mas quando a manhã chega nós partimos,
mais livre o coração, longa a viagem."


Luís Filipe Castro Mendes, "Os Amantes Obscuros", in Poesia Reunida (1985-1999), Lisboa: Quetzal Editores, 1999, p. 427.

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