Monday, June 9, 2008

FROM TOO MUCH LOVE OF LIVING (EM MEMÓRIA)


"Com demasiado amor à vida,
Com a esperança e o dissipado medo,
Agradecemos numa breve prece
A quaisquer que sejam os deuses
Para que nenhuma vida seja eterna,
Para que os mortos nunca se ergam,
Para que o rio mais lento
Serpenteie algures e a salvo até ao mar.

Assim nem as estrelas nem o sol irão despertar,
Nem uma luz irá mudar,
Nem o som das águas tumultuosas,
Nem qualquer som ou visão,
Nem as folhas do Inverno ou da Primavera,
Nem os dias ou o que durante o dia existe.
Apenas um sono eterno
Numa eterna noite."


A.C. Swinburne, O Jardim de Prosérpina, in Poemas, trad. Maria de Lourdes Guimarães, Lisboa: Relógio D'Água, 2006, pp. 126-129.

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