"Os mitos são ininteligíveis máscaras. Só no poema eles fazem sentido e não nas regiões dos dispersos sentimentos que a vida colhe e na confusa leitura dos dedos resgatando as sombras e nas paixões que a distância se encarrega de por nós delir. Por isso é importante incluir o sofrimento no rigor que mede a alma para as coisas serem argila moldada, figurações de sentido. Que da razão se subtraia a ilusória luz e se fique com a noite que nela se deposita. Uma flor nocturna é tudo o que sobra do esplendor dos versos."
Luís Quintais, A Imprecisa Melancolia, Lisboa: Teorema, 1995, p. 50.
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