Thursday, January 11, 2018

FARINHA INVISÍVEL


"Quando me virem, 
Bom,
Não sou eu.

Nos grãos de areia, 
Nos grãos dos grãos. 
Na farinha invisível do ar, 
Num grande vazio que se sustenta como de sangue, 
É aí que vivo. 

Oh! Não tenho nada de que me gabar: Pequeno! pequeno!
E se me agarrassem, 
Fariam de mim o que quisessem."

Henri Michaux, Antologia, trad. Margarida V. de Gato, Lisboa: Relógio D'Água, 1999, p. 72. 

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