"Os vazios do homem, ainda que sintam a uma plenitude (gora mas presença) contêm nadas, contêm apenas vazios: o que a esponja, vazia quando plena; incham do que a esponja, de ar vazio, e dela copiam certamente a estrutura: toda em grutas ou em gotas de vazio, postas em cachos de bolha, de não-uva. Esse cheio vazio sente ao que uma saca mas cheia de esponjas cheias de vazio; os vazios do homem ou o vazio inchado: ou o vazio que inchou por estar vazio."
João Cabral de Melo Neto, "A Educação Pela Pedra", in Poesia Completa, Lisboa: IN-CM, 1986, p. 150.
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