"Se cada qual trouxesse sobre a frente Dos ocultos pesares um traslado, Talvez que o que parece afortunado Se convertesse então em descontente.
Não: ninguém quer mostrar à demais gente Que traz dentro do peito algum cuidado; Por isso finge um rosto serenado, Ao mesmo tempo que os seus males sente.
Eu só sinto um tão bárbaro tormento, Que tanto me angustia, e oprime tanto, Que já para o calar não tenho alento;
E dou a conhecer com novo espanto O meu mais escondido sentimento Nas públicas correntes do meu pranto."
in Poesias do Abade de Jazente, org. Miguel Tamen, Lisboa: Editorial Comunicação, 1983, p. 54.
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