Monday, March 11, 2013

MEU CORAÇÃO COMO UM VENENO ESTRANHO



"Louvo o teu impudor. Os seios nus
Entre espumas de renda, junto ao leito,
Enches a alcova toda, como a luz
Do fogo, da volúpia do teu peito.

Da tua carne a embriaguez - tépido banho
Em que se escoa a vida - oh! entontece
Meu coração como um veneno estranho
Que em lento sonho a morte me trouxesse!

Mas sou feliz mal entro a tua porta:
Nada mais sinto do que o teu carinho,
Esqueço tudo, só te quero amar...

Que outros ames depois - o que me importa!
Que importa que outros bebam igual vinho,
Se este me chega p'ra me embriagar?..."
  Duarte Solano, Coroa de Rosas, Penafiel: Associação dos Amigos da Biblioteca de Penafiel, 2013, p. 94.

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