Sunday, December 8, 2013

SOBREVIVÊNCIA



"E sinto, de novo, com horror, como é fraca, miserável e cobarde a substância de que deve ser feita essa coisa a que nós chamamos com ênfase, alma, espírito, sentimento e dor, porque tudo isso, mesmo no mais alto paroxismo, é incapaz de esmagar completamente o corpo que sofre, a carne torturada. Pois, apesar de tudo, o sangue continua a correr e a gente sobrevive a horas semelhantes, em vez de morrer e de se abater como uma árvore fulminada pelo raio."


Stephan Zweig, Vinte e Quatro Horas na Vida de Uma Mulher, 3ª ed., trad. Alice Ogando, Porto: Livraria Civilização, 1940, p. 169. 

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