Thursday, November 4, 2010

DO PODER



"O mais nobre tipo de beleza é aquele que não arrebata de repente, que não faz ataques impetuosos e raptadores (esse provoca com facilidade o tédio), mas sim aquele que se insinua lentamente, que, quase despercebido, a pessoa traz consigo e, em sonhos, vem mais uma vez ao seu encontro, mas que, por fim, após ter estado muito tempo no nosso coração com toda a modéstia, toma inteiramente posse de nós, enche os nossos olhos de lágrimas, o nosso coração de ânsia. Porque ansiamos nós, à vista da beleza? Por sermos belos: julgamos que muita felicidade deveria estar associada a isso. Mas é um erro."


Friedrich Nietzsche, Humano, Demasiado Humano, trad. Paulo Osório de Castro, Lisboa: Relógio D'Água, 1997, p. 156.

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