"Vento de nenhuma ordem
levai-me onde é costume ir
quem tem mais para perder
do que para possuir.
Que na própria confusão
das coisas desirmanadas
se encontra a terra e o chão
das almas desencontradas.
Ah, este relógio
que, imperturbavelmente,
me deixa para trás
e segue para diante...
Solicitamente
me navego e exalto.
Tudo o que no homem
é sagrado e eterno
se ergue para o alto."
Raul de Carvalho, "Versos - Poesia II", in Realidade Branca, Lisboa: Círculo de Leitores, 1975, pp. 139-140.
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