"A quem ali chegasse de noite, pela primeira vez, parecer-lhe-ia, no dia seguinte, ter caído de algum avião, pois não enxergava interstício na muralha de pedra por onde se insinuasse a fita de um carreiro. Era um mundo à parte aquele, perdido, ignorado do outro na corcova gigante daquela serra. Nem os rios lá chegavam, nem poços ali afloravam, não gorgolejava uma nascente e, contudo, a vegetação manava, como oásis, nos pequenos vales abertos entre os outeiros nascidos naqueles píncaros."
Lília da Fonseca, O Relógio Parado, Lisboa: Arcádia, 1961, p. 40.
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