"Só no amor, na renúncia e na dedicação residia a felicidade humana. O corpo precisa apenas de um bocado de pão. A alma, essa, necessita de mais abundante alimento, porque a sua fome de ideal arde perenemente, eternamente insatisfeita. Se o mundo era mau, e o homem se revelava, como há cem mil anos, o lobo do homem, era porque, dezanove séculos depois do Calvário, ainda a doutrina de Cristo se não gravara nos corações. E parecia-lhe tão simples a solução do problema! Toda ela se encontrava em duas linhas do Sermão da Montanha: «pão para todas as bocas, perdão para todas as dívidas». No dia em que os fartos repartissem com os esfomeados, e se apagasse nas almas o ressentimento de todos os agravos, a humanidade seria feliz, - e sobre a terra, até então empapada de lágrimas e sangue, desceria, num deslumbramento, o reino de Deus..."
Campos Monteiro, Camilo Alcoforado, 7.ª ed., Porto: Livraria Figueirinhas, s.d., pp. 106-107.
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