" - É necessário que de alguma maneira seja real.- Sim, porque acredito que se sentirmos uma personagem como uma fieira de palavras, essa personagem não foi criada feliz ou acertadamente. Por exemplo, tratando-se de um romance, devemos acreditar que as personagens vivem para lá daquilo que o autor nos disse delas. Por exemplo, se pensarmos numa personagem qualquer, uma personagem de um romance ou de um drama, temos de pensar que essa personagem - nos momentos em que não a vemos - dorme, sonha, cumpre diversas funções. Porque, senão, seria totalmente irreal para nós."Osvaldo Ferrari, Em diálogo com Jorge Luís Borges, trad. Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Círculo de Leitores, 2001, p. 85.