"O poeta é só paleio
o leitor deleita-se
com o exercício estético.
Trata-se de uma excelente discussão.
Raça credo política
ou género
deixam de ter importância.
Imune à contaminação
o leitor é só paleio
e o poeta deleita-se
perante o objecto.
Ambos ficam serenos
a instituição intocável
não há sobressaltos.
Foram ao templo
e a palavra do oráculo
aquietou o espírito.
Neste caso
os poemas não
nomeiam coisas horríveis
entranhas. A vida é
assim. O ser humano
também é horrível.
Nenhum credo
tornará o homem melhor."
Isabel de Sá, O real arrasa tudo, Porto: Porto Editora, 2019, pp. 17-18.
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