"Lípsio - Contudo não disse mal Bocalino por mais que sempre diga mal. A rezão é clara, porque os dois pólos em que se funda a poesia, que são o amor e ociosidade, nenhum deles se pode achar verdadeiramente em os varões religiosos, em quem a mortificação se opõe ao afecto e a disciplina ao ócio. Logo, como a poesia seja um estudo de muitos estudos, o qual de todo arrebate a mente de seus professores, jamais se compadece perfeitamente naqueles que, exercitando ciências mais altas, se reservam talvez a esse acidental devirtimento."
D. Francisco Manuel de Melo, Apólogos Dialogais, vol. II - Hospital das Letras, Braga-Coimbra: Angelus Novus, 1999, p. 49.
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