"Pela raiz dos meus cabelos algum deus me agarrou.
Crepitei nos meus vóltios azuis como um profeta do deserto.
As noites fecharam-se de repente como a pálpebra de um lagarto:
Um mundo de dias brancos e monótonos, numa cova sem sombra.
Um aborrecimento de abutre pregou-me aqui a esta árvore.
Se ele fosse eu, faria o que eu fiz."
Sylvia Plath, Ariel, trad. Maria Fernanda Borges. Lisboa: Relógio D'Água, 1996, p. 141.
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