"De certa maneira, toda a coisa é um mundo, aí onde o mundo não é já o horizonte último, inatingível, que apenas se dá no fim dos tempos e no limite exterior do espaço, mas é a identidade intensiva com não importa qual dos seus objectos. Ser-no-mundo já não significa encontrar-se num espaço infinito que contém todas as outras coisas, mas significa antes a impossibilidade de experimentar num só lugar sem encontrar esse lugar dentro de nós mesmos, tornando-se, portanto, o lugar do nosso lugar. O mundo é esta força que reverte toda a inerência no seu contrário, que transforma todo o ingrediente em lugar e todo o lugar num elemento do mesmo composto."
Emanuele Coccia, A Vida das Plantas - Uma Metafísica da Mistura, trad. Jorge Leandro Rosa, Lisboa: Fundação Carmona e Costa / Documenta, 2019, p. 104.
No comments:
Post a Comment