"Ali, arde a substância onde Ana está ensinando a ler a Myriam, Ana sentada numa cadeira, com o livro aberto no colo, Myriam de pé, a olhar um dos primeiros textos, «que é um cavalo que vai saltar». Está sendo beijada na boca pelas letras, e inclina a cabeça para trás, pois a seta da clemência atravessou-lhe o vestido. «Quem for clemente, lê». Se a linguagem, segundo diz Ana, for aprendida na visão, ela, no fim, tirará da estante ardente a chave de leitura, e metê-la-á no bolso de Myriam."
Maria Gabriela Llansol, Um Beijo Dado Mais Tarde, Lisboa: Assírio & Alvim, 2016, p. 70.
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