"Quando te vi eu fui o teu voar
E desci Deus pra me encontrar em mim.
Voei-me sobre pontes de marfim
E uma das pontes, Deus, em meu olhar!
Aureolei-me de oiro em sombra fria
E meus voos caíram-me destruídos.
Foram dedos de Deus os meus sentidos.
Meu Corpo andou ao colo de Maria.
Agora durmo Cristo em véus pagãos.
São tapetes de Deus as minhas mãos.
Regresso Ânsia pra alcançar os céus.
Ergo-me mais. Sou o perfil da Dor.
Sobre os meus ombros de Deus olho em redor
E Deus não sabe qual de nós é Deus!"
Alfredo Guisado, Tempo de Orfeu, Coimbra: Angelus Novus, 2003. p. 189.
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O melhor Poeta
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