"Sinto as cores, de Noite, terem medo
E acolherem-se à sombra do teu luto.
Eu fui um rei dos Godos, que em Toledo,
O Tejo adormeceu e ainda escuto.
Cercam-se de oiro as salas que habitei,
Oiro-cinza esquecido, oiro dormente.
E em minha Alma, na qual inda sou rei,
Cismo tronos caindo lentamente.
Buscam-me pajens-tristes nos caminhos;
E a minha lenda em sonhos-pergaminhos
Vai escrevendo, em silêncio, o meu cismar.
São outros os domínios que vivi.
Todas as coisas que eu outrora vi
Regressaram mistério ao meu olhar."
Alfredo Guisado, Tempo de Orfeu, Coimbra: Angelus Novus, 2003. p. 156.
2 comments:
Excelente!
Quem escreveu o anterior comentário, e este também, fui eu, o Daniel Maia-Pinto Rodrigues
Abraços, Daniel! Volte sempre!
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