Sunday, October 20, 2024

RASTOS MNÉSICOS

 


"Muitas vezes, entrando num velho edifício desabitado há muitos anos, numa casa de campo, numa casa colonial, onde durante longuíssimas épocas se tenha desenrolado uma vida patriarcal, tem-se a sensação nítida de estar perante o que definirei como «rastos mnésicos», quase como se estivessem ainda presentes os «espectros» das existências vitais que nesses lugares viveram, agiram e morreram. (Talvez os tão célebres fantasmas dos castelos ingleses sejam de incluir no mesmo princípio: sem querer tomar posições pró ou contra os mesmos, assim se podem mais ou menos explicar todas as lendas e as anedotas sobre a persistência de «rastros» dos antigos habitantes nas casas, nas ruínas...)"


Gillo Dorfles, Elogio da Desarmonia, trad. Maria Ivone Cordeiro, Lisboa:  Edições 70, 1988, p. 133. 

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