"Muitas vezes, entrando num velho edifício desabitado há muitos anos, numa casa de campo, numa casa colonial, onde durante longuíssimas épocas se tenha desenrolado uma vida patriarcal, tem-se a sensação nítida de estar perante o que definirei como «rastos mnésicos», quase como se estivessem ainda presentes os «espectros» das existências vitais que nesses lugares viveram, agiram e morreram. (Talvez os tão célebres fantasmas dos castelos ingleses sejam de incluir no mesmo princípio: sem querer tomar posições pró ou contra os mesmos, assim se podem mais ou menos explicar todas as lendas e as anedotas sobre a persistência de «rastros» dos antigos habitantes nas casas, nas ruínas...)"
Gillo Dorfles, Elogio da Desarmonia, trad. Maria Ivone Cordeiro, Lisboa: Edições 70, 1988, p. 133.
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