"Entre veneno e cura, eis-nos vassalos do tamborim para o imemorial castigo da treva. Os nossos corpos, dois vocábulos que se estudam. Dancemos, pois, para que entre nós se acerte a pronúncia, que o terreiro sempre foi dialecto do suor, pano estendido que por vezes nos cinge e reserva, para logo uma pata descurada nos apartar com um esgar. A tarântula rói já a um canto a sua noite de esperanças, seu alimento de pó. Há braços que sobejam e regressam Enquanto esta aflição durar, estaremos a salvo da guilhotina do sol." Vasco Gato, Cerco Voluntário, Porto: Cadernos do Campo Alegre, 2009, p. 9.
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