"O seu próprio prazer tornou-se muito grande. Tornou-se tão grande, tão impiedoso, que o sofreu com uma espécie de terror e que, ao levantar-se, momento insuportável, sem receber do seu interlocutor um sinal cúmplice, se apercebeu de toda a estranheza que havia em ser observado por uma palavra como um ser vivo, e não apenas por uma palavra, mas por todas as palavras que se encontravam nessa palavra, por todas aquelas que a acompanhavam e que por sua vez continham em si mesmas outras palavras, como um cortejo de anjos abrindo-se sem fim até ao olhar do absoluto."
Maurice Blanchot, Thomas o Obscuro, trad. Manuel de Freitas, Silveira: E-Primatur, 2021, p. 26.
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