"O síndico acendia o seu cachimbo com uma brasa, a servente escaldava uma lebre na água fervente de um grande caldeirão, e por uma janela aberta, podiam ver-se as fiandeiras conversando no silêncio do pátio ensombreado por um olmo. Perante as conhecidas imagens interrogava-me se, em épocas passadas, os homens teriam a nostalgia do passado, como eu, nesta manhã de estio, a nostalgia - por tê-los conhecido - de certos modos de vida que o homem perdera para sempre."
Alejo Carpentier, Os Passos Perdidos, trad. António Santos, 3.ª ed., Lisboa: Edições 70, 2004, p. 39.
No comments:
Post a Comment