"É preciso esboçar o quadro como se estivesse o tempo coberto, sem sol e sem sombras pronunciadas. Não existem, verdadeiramente, nem tons claros nem sombras. Para cada objecto existe uma massa colorida, reflectida de todos os lados e maneiras diferentes. Imaginemos nesta cena que se passa ao ar livre, e numa atmosfera parda, um raio de sol que ilumine subitamente os objectos: teremos então tons claros e sombras, no sentido usual, que serão todavia puramente acidentais. A verdade profunda de tudo isto - que para alguns pode parecer singular - é a harmonia da cor na pintura. Coisa estranha!, mesmo entre os coloristas esta propriedade foi compreendida por bem poucos pintores!"
Eugène Delacroix, Diário, trad. Fernando Guerreiro, LiSboa: Editorial Estampa, 1979, pp. 103-104.
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