"Somos empurrados, portanto, para uma questão perturbadora: de que nos serve esse ser transcendental sobre quem nada pode ser conhecido, exceto que esta para além do conhecimento? Como podemos participar da visão a partir de nenhures, que é a de Deus? Como podemos rezar a um tal Deus e como podemos abrir-lhe espaço nas nossas vidas, como se abre espaço a um cônjuge ou a um amigo? Decerto Deus tem de estar presente no mundo, se devemos ter fé nele: pois exige o tipo de mutualidade que um ser livre pode oferecer a outro, no mundo do espaço e do tempo?"
Roger Scruton, O Rosto de Deus, trad. Marcelo Felix, Lisboa: Edições 70, 2023, p. 30.
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