"A voz do meu amor veio no vento como uma grande
borboleta perdida e o seu rosto ficou a suportar a luz
da manhã na ombreira da porta
Veio com a sua cor íntima, súbita alvéola caucionando
o resgate, trazer até mim as mãos com que pretendo
amassar os elementos, amadurecendo o trigo para as
reservas do assalto
A vontade da luta começou a levedar como se os
ponteiros do relógio já tivessem atingido a hora
Tentáculos misteriosos incendiaram os archotes da
cólera e laminaram o frio coração das carpideiras.
O momento foi único como a contorção dos corpos
sob a violenta queimadura do orgasmo."
Egito Gonçalves, O Amor Desagua em Delta, Porto: Editorial Inova, 1971, p. 88.
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