MARTINHO
"É vão buscar os mortos
sob os ciprestes,
mesmo que em nós sangrem ainda
palavras e olhares que eles nos deram:
como tentar colher o esplendor de um rosto
que, por muito o termos amado, destruímos,
debatendo as mãos cegas
entre a neve que o lembra sobre os cedros."
José Bento, Silabário, Lisboa: Relógio D'Água, 1992, p. 177.
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